Se você usa a motocicleta só nos finais de semana ou tem de abdicar do
guidão por um mês ou mais tempo, precisa ter alguns cuidados especiais
com ela. Pequenos períodos de inatividade, 2 ou 3 dias, não são
suficientes para causar nenhum problema, mas uma pausa de 5 a sete 7 já
favorece alterações. A moto pode sofrer com a ação do tempo e da
umidade, além de ter os pneus e outros componentes danificados. Veja
abaixo como evitar problemas.
Onde guardar a moto
O local onde a motocicleta fica guardada é muito importante, mas nem
todo mundo dispõe do ideal, ou seja, uma garagem fechada e livre de
umidade, a grande inimiga de objetos metálicos e mecânicos.
Se você é um “sem garagem” e nem mesmo dispõe de um telhadinho para
preservar sua moto das intempéries (sol e chuva), uma boa solução é ter
uma capa. Há opções desenhadas para se adaptar de maneira perfeita às
formas de cada modelo, com logotipo e outros luxos. Na verdade, qualquer
capa ou até mesmo uma simples lona que, cubra as partes mais sensíveis à
ação do tempo, como painel de instrumentos e banco, já resolve.
As capas preservam a moto da ação maléfica do tempo, mas tem um
inconveniente, que é reter umidade. Uma grande “fria” é chegar com a
moto molhada pela chuva ou por uma lavagem e colocar a capa, fazendo com
que toda aquela umidade fique retida. Sendo assim, melhor deixar a moto
secar antes de cobri-la.
Cuidados com a bateria
Usar a moto diariamente, em trajetos de ao menos 5 km, é a melhor
maneira de preservar a bateria, componente que tem vida útil que
dificilmente supera 2 ou 3 anos.
Quando perto do fim da existência, poucos dias de inatividade de sua
moto já são suficientes para que a bateria não consiga mais girar o
motor de arranque.
Nesse caso, nada a fazer senão buscar uma oficina e ouvir o diagnóstico
do especialista, que pode indicar que há chance de estender a vida útil
do componente, por meio de uma carga lenta, ou recomendar a troca.
Ligar um pouquinho todo dia não resolve
Um erro comum de quem não roda diariamente é imaginar que a bateria pode
ser recarregada ligando o motor por alguns minutos com certa
frequência. Tanto em marcha lenta como acelerando, a energia gasta com a
partida elétrica sempre tenderá a ser maior do que a energia que parcos
minutos de funcionamento irão conseguir devolver à bateria.
Diante da necessidade de deixar a moto parada por uma semana ou mais, o
único meio 100% certo de evitar problemas é ter um carregador de baixa
potência constantemente ligado à bateria.
Não é difícil encontrar um aparelho do tipo em lojas de peças para
motos. Para usá-lo, é necessário ter uma tomada por perto. A moto deve
ainda ficar estacionada em lugar coberto e os polos da bateria, onde
irão ser conectadas as garras tipo jacaré do carregador, devem ser de
acesso fácil. Em alguns modelos de motos grandes ou em scooters, ela
pode estar coberta por partes plásticas de remoção nem sempre simples,
ou situada em locais onde alcançar os polos é complicado. Importante:
não há risco de sobrecarga, porque esses dispositivos só fornecem carga
quando ela é necessária
Pneus calibrados
Todo manual manda verificar a pressão dos pneus com frequência. O ideal é
a cada semana, ou pelo menos a cada duas. Se você vai usar a moto
apenas no passeio do domingão de manhã, estabeleça uma rotina: ao sair,
pare no local mais próximo onde puder para verificar a pressão.
Para aqueles que vão deixar a moto parada muito tempo, mais de 15 ou 20
dias, uma boa saída é, antes disso, encher os pneus com uma pressão bem
acima da indicada pelo fabricante. A ideia não é compensar a natural
perda de ar, mas sim evitar a deformação por conta do peso da moto. Dos
mais comuns ao mais sofisticados, os pneus podem ter a carcaça deformada
caso fiquem muito tempo na mesma posição, com o peso da moto em uma
única área. Um pneu inflado acima da especificação recomendada – pelo
menos 10 lb/pol3 a mais – tenderá a resistir melhor à deformação do que
outro com pressão baixa.
Outra opção para evitar o problema é optar por estacionar a moto usando o
cavalete central, quando disponível. O ideal é que a roda dianteira
fique no ar, porque é mais prejudicial um pneu dianteiro deformado do
que um traseiro. Como conseguir fazer a roda traseira se apoiar no chão
levemente, deixando a dianteira no ar? Há várias maneiras: um cabo de
vassoura cortado na medida exata do chão até a ponta da bengala de
suspensão dianteira resolve, assim como um peso no bagageiro ou rabeta,
que faça a frente mal apoiar no solo.
Troca de óleo e combustível
Combustível e lubrificante têm prazo de validade. No caso do óleo do
motor, é recomendável substitui-lo a cada 6 meses, caso o limite de
quilometragem não tenha sido atingido.
Já em relação à gasolina, não há um período definido, mas se sabe que
gasolina “velha”, com mais de um mês, tende a formar depósitos e perder
as suas características.
A gasolina premium tem menor teor de enxofre e, por isso, é mais estável
e tem maior resistência à oxidação. Por consequência, perde menos
características devido ao envelhecimento. Além disso, esse tipo de
combustível tem aditivos que ajudam a limpar e manter limpo o motor.
O motor da sua moto pode até não exigir de gasolina de octanagem (índice
de resistência à detonação de combustíveis) maior como alguns modelos,
geralmente os de alta performance, mas em caso de longos períodos sem
uso é preferível ter no tanque gasolinas de melhor qualidade.
Outra medida defendida por muitos é sempre deixar os tanques de motos
que ficam paradas por longos períodos cheios até a boca, para fazer com
que a área interna da chapa metálica fique sempre em contato com o
combustível e não com o ar, o que favoreceria a oxidação. Tal
recomendação tem maior valor no caso de motocicletas mais antigas, nas
quais os processos de tratamento da superfície metálica – e até mesmo a
própria composição da chapa de aço – não se beneficiava de processos
mais modernos inibidores de oxidação.
Fonte: Roberto Agresti/G1
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